Sou nordestino de fato Nunca fui nordestinado, Sou poeta de cordel, Só faço verso rimado; Rimo a vida com o sonho E o sonho com o desejado. Rimo dor com agonia, Rimo paz com armonia, Desejo com euforia, E busca com o que quero; Sou pouco no conteúdo, Um pouco já fiz de tudo, Não sou nincho, nem graúdo, Mas o que sou, eu venero. Não sou praga de viúva, Nem também prenda do céu, Não sou de se jogar fora, Mas também não sou um mel, Sou poeta nordentino, Eu sou o Nildo Cordel.
terça-feira, 21 de abril de 2015
domingo, 12 de abril de 2015
Ao mestre com carinho
O professorado da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo, trava hoje batalha salarial com a secretaria de educação. O Governador G.A. faz vistas grossas para as reivindicações e conta com o cansaço e com sua aliada Rede Globo para minar o movimento. Por isso, estou postando este cordel para alertar que o problema da educação no país está longe de ser resolvido, e que quando um governo tenta marginalizar um movimento justo de uma categoria como essa, só prova que a prática está longe do discurso político de campanha dos nossos governantes.
Mamãe eu sinto saudades
De quem me ensinou a Lê
Segurou em minha mão
Mostrando como escrever
Ensinou-me a contar
E também o ABC.
Que como um filho me viu
Que teve calma comigo
Que me deu muito carinho
E por vezes até castigo
Pois sei que era mamãe
Meu mestre e meu bom amigo.
Acompanhou-me na vida
Deu-me luz, educação
Foi professor, foi amigo
Às vezes mãe ou paizão
Dando-me notas, conselhos,
Segurando em minha mão.
Forjando no eu menino
Um homem para o futuro
Sendo doce como um anjo
Porém firme e às vezes duro
Para que na vida eu fosse
Um cidadão bem seguro.
Mamãe eu sinto saudades
Até um misto de dor
Pois na verdade não dei
O verdadeiro valor
Que a gente deve dar
Para quem é um professor.
Mamãe é preciso dar
Mais carinho e atenção
O professor é o adubo
Principal da plantação
Aonde a gente semeia
O futuro da nação.
Por isso mamãe eu peço
Desculpas, arrependido
Por ter sido negligente
Também por ter denegrido
A imagem e o trabalho
De um profissional tão
querido.
Então mamãe, eu me apresento
Eu sou um sujeito vil
Não zelo pelas pessoas
Também não conheço brio
Sou um país continente
Mamãe, eu sou o Brasil.
Viva a Educação!!!
sábado, 17 de janeiro de 2015
SUA EXCELÊNCIA, O CORDEL
Olá Gente Tudo Bem?
Deixe-Me Apresentar
Não Sou Funk Não
Sou Rep
Não Sou
Daqui Nem De Lá
Sou Cordel, Literatura
Eu Venho Do Além Do
Mar
Me Radiquei No Nordeste
Nas Quebradas Do Sertão
Me Casei Com A Viola
Do Pandeiro Sou
Irmão
Meu Avô É
Português
Eu Sou Neto
Do Pregão.
Casei-Me Com O Repente
Namorei A Embolada
Coco De Roda É Meu
Primo
Sou aboio De
Vaquejada
Sou Quadrão Da Beira Mar
Sou Rima Bem
Preparada.
Fui O Jornal Do Sertão
Sou Cultura Popular
Cantei A Vida
De Um Povo
E Continuo A
Cantar
Vou Rimando
Sem Ter Medo
Pois Meu Segredo
É Rimar.
Eu Sou Pinto
De Monteiro
Patativa Do Assaré
Ivanildo Vila Nova
Zé Pretinho Quem
Não É?
Sou A Voz Do Nordestino
Sua Crença ,Sua Fé.
Sou Pavão Misterioso
Sou Vida De Lampião
Eu Cantei O Padre Cícero
Celebrei Frei Damião
Falei De Antonio
Silvino
Eu Enalteço O Sertão.
Como Já Me Apresentei
Agora Vou Convidar
A Vocês Que Estão Presentes
Aqui, Para
Começar
Uma Rodinha De Rima
Vamos Brincar De
Rimar?
Eu Rimo Gato Com
Pato
Eu Rimo Pata Com
Gata
Rimo Festa Com
Seresta
Vamos Ver Quem
Desempata
Rimo Branco Com Tamanco
Dei Um Nó E Quem Desata?
Sou Nordeste Brasileiro
Desde o chão até o céu
Para não me alongar
Mas cumprindo meu papel
Eu aqui me reafirmo
Sua Excelência, o Cordel.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
O PATO
O Pato Saiu Do Lago
Tropeçou Caiu Num Caco
Deu Um Pulo Feito Um Sapo
Foi Parar No Meu
Casaco
Mas Teve Um Susto Danado
Confundiu-o com Um
Macaco.
Correu Pedindo
Socorro
E Foi Parar No Riacho
Lá Tinha Um Urubu Macho
Dando Um Banho No Cachorro
Que Encontrou
Lá No Morro
Casa Da Vaca Malhada
Que Viu A Onça Pintada
Correndo Atrás Do Macaco
Que Pegou O Meu Casaco
Lá Na Beira Da Estrada.
Depois Foi Chegando A Pata
Que Tava Dentro Da Mata
Conversando Com A Gata
Que era esposa do gato
E amiga da cadela
Uma cachora amarela
Que pintou uma aquarela
Com a história do pato.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
MIÚDA SAUDADE
Mamãe eu sinto saudades
De quando eu era criança
Trago ainda na lembrança
Meu viver com liberdade
Não conhecia a maldade
Meus brinquedos eu criava
Na argila eu moldava
Os bichos lá da fazenda
No céu abria uma fenda
Nos meus sonhos viajava.
Viajava em devaneios
Ia pra terras distantes
Encontrava viajantes
Que tinham outros anseios
Mas que usavam meus meios
Dentro da imaginação
De todos eu era irmão
Não fazia diferença
De cor, raça ou de crença...
A todos eu dava a mão.
Quero mamãe ser menino
Mesmo que eu envelheça
Não deixe que eu me esqueça
Mamãe, do amor Divino
Nem que eu caia em desatino
Que apodreça feito um fruto
Não quero que fique adulto
O meu jeito de pensar
Senão mamãe, vou ficar
Com meu coração de luto.
Dos amores inocentes
Mamãe eu sinto saudades
Amores se vaidades
Sem desejos indecentes
Amores sem pretendentes
Vividos sem um porvir
Amores que vi surgir
E sumir sem sofrimento
Amores que no momento
Eu não consigo sentir.
Mamãe eu sinto saudades
De saudades não sentir
De não conseguir sorrir
Sem causar inimizade
De ver que a felicidade
Mamãe, ficou no passado
Eu já me sinto cansado
De ver tanta coisa errada
E não poder fazer nada
Nesse mundo devastado.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
A CIGARRA E A FORMIGA
Sem intervalo ou descanso
Uma formiga trabalhava
Carregando alimentos
Para casa que morava
Enquanto isso uma cigarra
Num galho cantarolava.
A formiga incomodada
Com aquela situação
Resolveu então chamar
Da cigarra a atenção
Para que fosse buscar
Alguma ocupação.
A cigarra escutou
A formiga reclamar
Falar de sua preguiça
De não querer trabalhar...
Mas quando a formiga parou
Ela voltou a cantar.
A formiga deu um grito
Ei! Não ouviu o que falei
A cigarra disse: Calma,
Claro que eu escutei.
Então, porque voltou a cantar?
Porque é isso o que sei.
A formiga retomou
Seu sermão e blá blá
blá
A cigarra escutando
Cantava lalá lá lá
E a formiga no sermão
Blá, blabla blablá blablá...
O tempo foi passando
O dia logo avançou
E a formiga, coitada
Quando pra hora olhou
Viu que a sua peleja
Seu trabalho atrasou.
Então falou pra cigarra
- Viu o que você fez?
Atrapalhou minha vida
Perdi o dia outra vez
Agora não vou dar conta
Da meta pra esse mês.
Disse a cigarra: Formiga
Cada qual no seu lugar
Você nasceu pro trabalho
Eu nasci para cantar
Vá cuidar de sua vida
Que da minha eu seu cuidar.
Se você não fosse assim
Futriquira e enxerida
Não deixava suas coisas
Pra cuidar de minha vida
Estava agora com a
sua
Tarefa quase cumprida.
Então querida formiga
Aprenda essa lição
Você faz a sua parte
Cumprindo sua missão
Pois dentro da natureza
Todos têm uma função.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
JE NE SUIS PÁS CHARLIE (EU NÃO SOU SHARLIE)
Como poeta eu não
posso
Cometer insensatez
Nem contra o mundo árabe
Nem com o povo
francês
Mas aqui não sou
Sharlie
Nem aos irmãos Kouichi
Vou
apoiar dessa vez.
Meu
nariz não é de cera
Tenho
minha opinião
Sou
contra o terrorismo
Em
qualquer situação
Mas
vou aqui afirmar
É
preciso respeitar
A qualquer
religião.
O
fundamentalismo é
De
longe uma doença
Quem
mata em nome de um deus
Não
sabe o que faz ou pensa
Porém
batendo no peito
Afirmo
é peço respeito
A
qualquer tipo de crença.
Quando
alguém radicaliza
Perde
de longe a razão
Logo
consegue o repúdio
De
todos sem exceção
Cria-se
um grande hiato
E
não consegue de fato
Apoio
pra sua ação.
Uma ação como essa
E já dar para se ver
Não leva a nenhum avanço
Leva a retroceder
Aflora a xenofobia
Padece a menoria
E o islamismo é o quê?
O
ataque a Shalie
Ato
bárbaro e cruel
Deixou
o mundo perplexo
Também
abalou ao céu
Deixou
o mundo chocado
O
islamismo isolado
E a
fé perdeu seu papel.
A
liberdade de imprensa
Foi
logo questionada
Mas
liberdade de quê
De
poder fazer piada
Com
Maomé, com Jesus?
Com
o Corão, com a cruz?
Não sei se é essa a parada.
A questão é mais profunda
O problema é de humanismo
Não se trata de religião
Mas sim de radicalismo
Hoje eu não sou Sharlie
E nem os irmãos Kouichi
Mas defendo o Islamismo.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
BOM DIA!
Bom dia a todos, BOM DIA!
Bom dia e boa semana
Que ninguém seja sacana
Muita paz e alegria
Sorrindo diga: Sorria
Quem tem fé nunca se engana
Bom dia e boa semana
Boa semana e bom dia!
Bom dia e boa semana
Que ninguém seja sacana
Muita paz e alegria
Sorrindo diga: Sorria
Quem tem fé nunca se engana
Bom dia e boa semana
Boa semana e bom dia!
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Sonhador
Viver é um desafio
Desafiar é viver
Por isso eu vou vivendo
Sempre buscando aprender
Para não ser devorado
Pela falta de saber.
Se posso dou um sorriso
Se não posso, um lamento
Mas não fico esperando
Sonhando sou avarento
E busco sonhar meu sonhos
Até no sopro do vento.
Nas gotas fracas da chuva
Que a terra vai borrifando
E faz levantar o cheiro
De chuva que vou cheirando
Eu sonho dias melhores
E levo a vida cantando.
Desafiar é viver
Por isso eu vou vivendo
Sempre buscando aprender
Para não ser devorado
Pela falta de saber.
Se posso dou um sorriso
Se não posso, um lamento
Mas não fico esperando
Sonhando sou avarento
E busco sonhar meu sonhos
Até no sopro do vento.
Nas gotas fracas da chuva
Que a terra vai borrifando
E faz levantar o cheiro
De chuva que vou cheirando
Eu sonho dias melhores
E levo a vida cantando.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
AUTO DE NATAL - QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA
QUÉM ESPERA SEMPRE ALCANÇA
Auto de natal - Autor: Nildo cordel.
Abertura: Com as cortinas cerradas,
começa tocar uma musica natalina. Sugestões: Noite feliz, Sino Pequenino, Gingo
Bell, ou a escolha do Diretor. E vai abrindo a cortina. O coro se coloca no
fundo do palco, quando estiver em posição, baixa a música e começam.
Coro - Quem espera sempre alcança
O que o coração deseja
Mesmo que para as pessoas
Difícil o desejo seja
Quem com Deus sonha o seu sonho
Sempre alcança o que almeja.
Solo
1 (Entra pela direita do palco, vai até o proscênio e fala)
Sou uma criança de rua
Nesse mundo vivo só
Não quero que as pessoas
Tenham de mim pena ou dó
Quero sim que me percebam
E que me tratem melhor.
(Sai
e se coloca do lado esquerdo do palco)
Solo
2 (Entra pela esquerda do palco, vai até o proscênio e fala)
Não sei quem é minha mãe
Se tive família ou não
Vivo nas ruas, jogada
Ninguém me estende a mão
Só sei que é muito triste
Essa minha solidão.
(Sai
e se coloca do lado direito do palco)
Solo 3 (Entra pela direita do palco, vai até o proscênio e fala)
Eu? Tenho uma vida bela
Minha mãe me dá carinho
Brinquedos? Tenho de monte
Nunca me senti sozinho
Tenho a amor de mamãe
E também do papaizinho.
(Sai
e se coloca do lado esquerdo do palco)
Coro: - A vida nos prega peças
Mas não percam a esperança
Deus existe para todos
Pra jovem, velho e criança
Não desistam de seus sonhos
Quem espera sempre alcança.
Solo
4 (Entra pela esquerda do palco, vai até o proscênio e fala)
Eu nunca tive um natal
Desses de televisão
Com peru, frutas e festa
E um Papai Noel gordão
Fico feliz quando tem
Um pedacinho de pão.
(Sai
e se coloca do lado direito do palco)
Solo
5 (Entra pela direita do palco, vai até o proscênio e fala)
Meu natal é diferente
Eu sempre vou viajar
Meus pais têm muito dinheiro
E não ligam em gastar
Dão-me tudo que eu quero
Eu peço, eles vão comprar.
(Sai
e se coloca do lado esquerdo do palco)
Solo
6 (Entra pela esquerda do palco, vai até o proscênio e fala)
Cada um tem sua historia
De pobreza ou de bonança
Mas todos têm em comum
O fato de ser criança
De ter pureza na alma
Muita fé e esperança.
(Sai
e se coloca do lado direito do palco)
Solos
1, 3 e 5 falam do lugar onde estão:
Nossos corações são puros
E não fazem distinção
Somos apenas crianças
Só queremos proteção
E um futuro melhor
Para as crianças da Nação.
Solos
2, 4 e 6 falam do lugar onde estão.
Queremos paz para o mundo
Respeito com a natureza
Que haja mais sentimento
De quem vive na riqueza
Que dêem mais atenção
Pra quem vive na pobreza.
O
coro se desloca do fundo do palco e vai até o proscênio, os solos da direita e
da esquerda se juntam a eles, se o espaço for suficiente se dão as mãos e
falam:
Nós somos filhos do pai
Que nos botou neste mundo
Seja um rico ou moribundo
Deus o segue aonde vai
Se no desprezo um cai
Deus renova a aliança
Seja adulto ou criança
O Pai sua mão segura
E não cai na desventura
Quem espera sempre alcança.
Entra
BG com música natalina.
Para montagem contato nildocordel@uol.com.br
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