sábado, 17 de janeiro de 2015

SUA EXCELÊNCIA, O CORDEL

Olá Gente Tudo  Bem?
Deixe-Me Apresentar
Não Sou  Funk  Não  Sou  Rep
 Não  Sou  Daqui  Nem  De  Lá
Sou  Cordel, Literatura
Eu Venho  Do Além Do Mar

Me  Radiquei  No Nordeste
Nas  Quebradas  Do Sertão
Me Casei  Com A Viola
Do  Pandeiro  Sou  Irmão
Meu  Avô  É  Português
Eu  Sou  Neto  Do  Pregão.

Casei-Me  Com O  Repente
Namorei  A  Embolada
Coco  De Roda É  Meu  Primo
Sou  aboio  De  Vaquejada
Sou  Quadrão  Da Beira Mar
Sou  Rima Bem Preparada.

Fui  O Jornal  Do Sertão
Sou  Cultura Popular
Cantei  A  Vida  De Um  Povo
E  Continuo  A  Cantar

Vou  Rimando  Sem  Ter  Medo

Pois  Meu  Segredo  É  Rimar.

Eu  Sou  Pinto  De Monteiro
Patativa  Do Assaré
Ivanildo  Vila Nova
Zé  Pretinho  Quem  Não  É?
Sou  A Voz  Do Nordestino
Sua  Crença ,Sua  Fé.

Sou  Pavão  Misterioso
Sou  Vida  De Lampião
Eu  Cantei  O Padre Cícero
Celebrei  Frei  Damião
Falei  De Antonio Silvino
Eu  Enalteço O Sertão.

Como  Já Me Apresentei
Agora  Vou  Convidar
A Vocês  Que Estão Presentes
Aqui,  Para Começar  
Uma  Rodinha  De Rima
Vamos  Brincar De Rimar?

Eu  Rimo Gato  Com  Pato
Eu  Rimo Pata  Com  Gata
Rimo  Festa  Com  Seresta
Vamos  Ver  Quem  Desempata
Rimo Branco Com Tamanco

Dei  Um Nó  E Quem Desata?

Sou Nordeste Brasileiro
Desde o chão até o céu
Para não me alongar
Mas cumprindo meu papel
Eu aqui me reafirmo
Sua Excelência, o Cordel.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O PATO

O Pato Saiu Do Lago
Tropeçou Caiu Num Caco
Deu Um Pulo Feito Um Sapo
Foi  Parar No  Meu  Casaco   
Mas Teve Um Susto Danado
Confundiu-o com  Um Macaco.

Correu  Pedindo Socorro
E  Foi Parar No Riacho
Lá Tinha Um Urubu Macho
Dando Um Banho No Cachorro

Que Encontrou Lá No Morro

Casa Da Vaca Malhada
Que Viu A Onça Pintada
Correndo Atrás Do Macaco
Que Pegou O Meu Casaco
Lá Na Beira Da Estrada.

Depois  Foi  Chegando A Pata
Que Tava Dentro Da Mata
Conversando Com A Gata
Que era esposa do gato
E amiga da cadela
Uma cachora amarela
Que pintou uma aquarela

Com a história do pato.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

MIÚDA SAUDADE

Mamãe eu sinto saudades
De quando eu era criança

Trago ainda na lembrança
Meu viver com liberdade
Não conhecia a maldade
Meus brinquedos eu criava
Na argila eu moldava
Os bichos lá da fazenda
No céu abria uma fenda
Nos meus sonhos viajava.

Viajava em devaneios
Ia pra terras distantes
Encontrava viajantes
Que tinham outros anseios
Mas que usavam meus meios
Dentro da imaginação
De todos eu era irmão
Não fazia diferença
De cor, raça ou de crença...
A todos eu dava a mão.

Quero mamãe ser menino
Mesmo que eu envelheça
Não deixe que eu me esqueça
Mamãe,  do amor Divino
Nem que eu caia em desatino
Que apodreça feito um fruto
Não quero que fique adulto
O meu jeito de pensar
Senão mamãe, vou ficar
Com meu coração de luto.

Dos amores inocentes
Mamãe eu sinto saudades
Amores se vaidades
Sem desejos indecentes
Amores sem pretendentes
Vividos sem um porvir
Amores que vi surgir
E sumir sem sofrimento
Amores que no momento
Eu não consigo sentir.

Mamãe eu sinto saudades
De saudades não sentir
De não conseguir sorrir
Sem causar inimizade
De ver que a felicidade
Mamãe, ficou no passado
Eu já me sinto cansado
De ver tanta coisa errada
E não poder fazer nada

Nesse mundo devastado.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A CIGARRA E A FORMIGA

Sem intervalo ou descanso
Uma formiga trabalhava
Carregando alimentos
Para casa que morava
Enquanto isso uma cigarra
Num galho cantarolava.

A formiga incomodada
Com aquela situação
Resolveu então chamar
Da cigarra a atenção
Para que fosse buscar
Alguma ocupação.

A cigarra escutou
A formiga reclamar
Falar de sua preguiça
De não querer trabalhar...
Mas quando a formiga parou
Ela voltou a cantar.

A formiga deu um grito

Ei! Não ouviu o que falei
A cigarra disse: Calma,
Claro que eu escutei.
Então, porque voltou a cantar?
Porque é isso o que sei.

A formiga retomou
Seu sermão e blá  blá blá
A cigarra escutando
Cantava lalá lá lá
E a formiga no sermão
Blá, blabla blablá blablá...

O tempo foi passando
O  dia logo avançou
E a formiga, coitada
Quando pra hora olhou
Viu que a sua peleja
Seu trabalho atrasou.

Então falou pra cigarra
- Viu o que você fez?
Atrapalhou minha vida
Perdi o dia outra vez
Agora não vou dar conta
Da meta pra esse mês.

Disse a cigarra: Formiga
Cada qual no seu lugar
Você nasceu pro trabalho
Eu nasci para cantar
Vá cuidar de sua vida
Que da minha eu seu cuidar.

Se você não fosse assim
Futriquira e enxerida
Não deixava suas coisas
Pra cuidar de minha vida
Estava agora com a sua
Tarefa quase cumprida.

Então querida formiga
Aprenda essa lição
Você faz a sua parte
Cumprindo sua missão
Pois dentro da natureza
Todos têm uma função.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

JE NE SUIS PÁS CHARLIE (EU NÃO SOU SHARLIE)

Como poeta eu não posso
Cometer insensatez
Nem contra o mundo árabe
Nem com o povo francês
Mas aqui não sou Sharlie
Nem aos irmãos Kouichi
Vou apoiar dessa vez.

Meu nariz não é de cera
Tenho minha opinião
Sou contra o terrorismo
Em qualquer situação
Mas vou aqui afirmar
É preciso respeitar
A qualquer religião.

O fundamentalismo é
De longe uma doença
Quem mata em nome de um deus
Não sabe o que faz ou pensa
Porém batendo no peito
Afirmo é peço respeito
A qualquer tipo de crença.

Quando alguém radicaliza
Perde de longe a razão
Logo consegue o repúdio
De todos sem exceção
Cria-se um grande hiato
E não consegue de fato
Apoio pra sua ação.

Uma ação como essa
E já dar para se ver
Não leva a nenhum avanço
Leva a retroceder
Aflora a xenofobia
Padece a menoria
E o islamismo é o quê?

O ataque a Shalie
Ato bárbaro e cruel
Deixou o mundo perplexo
Também abalou ao céu
Deixou o mundo chocado
O islamismo isolado
E a fé perdeu seu papel.

A liberdade de imprensa
Foi logo questionada
Mas liberdade de quê
De poder fazer piada
Com Maomé, com Jesus?
Com o Corão, com a cruz?
Não sei se é essa a parada.

A questão é mais profunda
O problema é de humanismo
Não se trata de religião
Mas sim de radicalismo
Hoje eu não sou Sharlie
E nem os irmãos Kouichi

Mas defendo o Islamismo.