quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

MIÚDA SAUDADE

Mamãe eu sinto saudades
De quando eu era criança

Trago ainda na lembrança
Meu viver com liberdade
Não conhecia a maldade
Meus brinquedos eu criava
Na argila eu moldava
Os bichos lá da fazenda
No céu abria uma fenda
Nos meus sonhos viajava.

Viajava em devaneios
Ia pra terras distantes
Encontrava viajantes
Que tinham outros anseios
Mas que usavam meus meios
Dentro da imaginação
De todos eu era irmão
Não fazia diferença
De cor, raça ou de crença...
A todos eu dava a mão.

Quero mamãe ser menino
Mesmo que eu envelheça
Não deixe que eu me esqueça
Mamãe,  do amor Divino
Nem que eu caia em desatino
Que apodreça feito um fruto
Não quero que fique adulto
O meu jeito de pensar
Senão mamãe, vou ficar
Com meu coração de luto.

Dos amores inocentes
Mamãe eu sinto saudades
Amores se vaidades
Sem desejos indecentes
Amores sem pretendentes
Vividos sem um porvir
Amores que vi surgir
E sumir sem sofrimento
Amores que no momento
Eu não consigo sentir.

Mamãe eu sinto saudades
De saudades não sentir
De não conseguir sorrir
Sem causar inimizade
De ver que a felicidade
Mamãe, ficou no passado
Eu já me sinto cansado
De ver tanta coisa errada
E não poder fazer nada

Nesse mundo devastado.

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