Aqui, eu cantando. Nessa versão, tem quatro estrofes novas que são de minha autoria. Compartilhem.
Sou nordestino de fato Nunca fui nordestinado, Sou poeta de cordel, Só faço verso rimado; Rimo a vida com o sonho E o sonho com o desejado. Rimo dor com agonia, Rimo paz com armonia, Desejo com euforia, E busca com o que quero; Sou pouco no conteúdo, Um pouco já fiz de tudo, Não sou nincho, nem graúdo, Mas o que sou, eu venero. Não sou praga de viúva, Nem também prenda do céu, Não sou de se jogar fora, Mas também não sou um mel, Sou poeta nordentino, Eu sou o Nildo Cordel.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
domingo, 23 de dezembro de 2012
Um pé de maracujá na laje
Tem um pé de maracujá na minha laje
Nasceu de uma simples semente
Que numa fresta entre o piso e parede
Foi jogada displicentemente
Mas que por uma obra da natureza
Sua raiz pequenina e indefesa
Encontrou na terra uma força pertinente.
Foi subindo na parede como cobra
Desafiando a tal lei da gravidade
Foi subindo guiada pelo sol
Como quem enxergava a claridade
E vencendo obstáculos urbanos
Como varais onde se secavam panos
Encontrou numa laje a liberdade.
Com uma ajuda de um humano necessária
Que entre varas amarrou um grande fil
E como exímia trepadeira que ele é
O pé de maracujá rapidamente subiu
Instalou-se, cresceu e ficou forte,
Como um retirante desafiando a sorte
Venceu, está forte e é viril.
À laje, ele enfeitou deu cara nova
A um canto desértico trouxe vida
Têm abelhas, marimbondos, borboletas,
E uma antena de TV quase escondida
E para mostrar que por mim já tem amor
Outro dia me trouxe um beija-flor...
Que plantinha exemplar e atrevida!
E como se tudo isso não bastasse
Esse pé de maracujá tão resoluto
Dá seu exemplo de que viver, sim é possível:
Para este humano insensível e quase bruto
Pois neste espaço inóspito e sem vida
Esta planta vencedora e atrevida
Presenteia-me com o seu primeiro fruto.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Ode a chuva
Serena se derrama
Em travessura se espalha
Terrível se desenha
Temível se apresenta
Desejada se anuncia
Em tempestade se entrega
Tempestuosa se esvai
Destruidora se joga
Cai triunfal
Lá no cafezal
Na cidade é fatal
Faz lamaçal
Prejuízo total
É cabo eleitoral...
Doce se desfigura
Mata a sede e mata!
Comove, remove,
E chove!
Em travessura se espalha
Terrível se desenha
Temível se apresenta
Desejada se anuncia
Em tempestade se entrega
Tempestuosa se esvai
Destruidora se joga
Cai triunfal
Lá no cafezal
Na cidade é fatal
Faz lamaçal
Prejuízo total
É cabo eleitoral...
Doce se desfigura
Mata a sede e mata!
Comove, remove,
E chove!
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Votar no Segundo Turno
Num estado democrático
A sua população
Tem direito de escolher
Através de votação
Quem dirige as cidades
Os estados e a nação.
Aqui em nosso país
O voto é obrigatório
Tem gente que contra a isso
Faz barulho e falatório
Obrigar a um direito
Parece-me algo simplório.
Houve época em que lutavam
Por direito de votar
Hoje tendo este direito
Alguém quer abdicar?
Devia ser obrigado
Não querer desobrigar.
A eleição é um direito
Que lhe deixa protegido
Se votou num “cabra ruim”
E está arrependido
Poderá no próximo pleito
Destronar o malquerido.
Em eleitorado grande
Pra ganhar a eleição
Precisa o postulante
Na soma da votação
Receber em votos válidos
Metade e mais um então.
Quando isso não ocorre
Na primeira votação
Para os dois mais votados
Faz-se outra eleição
Chamada segundo turno
Pra definir a questão.
É o memento que o debate
Fica mais centralizado
Duas forças convergentes
Com um discurso afinado
Apresenta seu projeto
Para o Eleitorado.
Se é um candidato que
Tenta a reeleição
Ou é um postulante
Que é da situação
Poderá se apoiar
Na boa administração.
Para quem entra na briga
Com intuito de mudar
Tem que ser bem convincente
No que vai apresentar
Pois o povo não se arrisca
Em ficar pior do que estar.
Mas as campanhas debandam
Do que deveriam ser
Pois muitos só estão em busca
De assumir o poder
E para isso são capazes
De qualquer coisa fazer.
Outros não querem largar
Da vaca a tetazinha
Política é coisa séria
Mas digo camaradinha
Que na prática vale tudo
Nessa pátria amarelinha.
Mas aonde há trigo há joio
Por isso é bom separar
A roseira tem espinhos
Mas tem flor pra perfumar
É bom avaliar bem
Na hora de se votar.
Está dado o meu recado
Com rima e com paciência
Pratique cidadania
Sem peso na consciência
Para votar é preciso
Sempre agir com coerência.
sábado, 18 de agosto de 2012
Protesto e estilos
Não sei aonde iremos parar
Não consigo pensar no luar
Não sei se ainda sabemos amar
Pois tudo é tão sem propósito!
O homem age como o bicho
Já é fato, não é mais buchicho.
Nosso mundo está cheio de lixo
É um verdadeiro depósito.
E não é apenas o lixo do homem
Mas o homem como lixo humano
Que destruindo toda sua essência
Deixa de ser gente e vira um ser profano
E profanando sua natureza
Deixa de ser sonho e vira desengano.
O homem estar dividido
O amor já foi esquecido
A vida não faz sentido
Estamos vivendo sem uma razão
Não se tem mais coração
Que pareça ser humanizado
Isso é coisa do passado
Como é o respeito e a educação
Não consigo pensar no luar
Não sei se ainda sabemos amar
Pois tudo é tão sem propósito!
O homem age como o bicho
Já é fato, não é mais buchicho.
Nosso mundo está cheio de lixo
É um verdadeiro depósito.
E não é apenas o lixo do homem
Mas o homem como lixo humano
Que destruindo toda sua essência
Deixa de ser gente e vira um ser profano
E profanando sua natureza
Deixa de ser sonho e vira desengano.
O homem estar dividido
O amor já foi esquecido
A vida não faz sentido
Estamos vivendo sem uma razão
Não se tem mais coração
Que pareça ser humanizado
Isso é coisa do passado
Como é o respeito e a educação
A religião bela que outrora
Espalha a paz pregava o amor
E ao divino do céu o temor
É a causadora da dor agora
Fazendo guerra pelo mundo afora
Aonde Deus mesmo sem saber
E creio eu que também sem querer
Tornou-se o motivo dessa disputa
Ou justificativa para uma luta
Onde poderosos buscam o poder.
Paro aqui nestes versos
Não quero continuar
Porque os fatos perversos
Querem me fazer chorar
E meu choro é meu protesto
Criando este manifesto
Que acabei de rimar.
Espalha a paz pregava o amor
E ao divino do céu o temor
É a causadora da dor agora
Fazendo guerra pelo mundo afora
Aonde Deus mesmo sem saber
E creio eu que também sem querer
Tornou-se o motivo dessa disputa
Ou justificativa para uma luta
Onde poderosos buscam o poder.
Paro aqui nestes versos
Não quero continuar
Porque os fatos perversos
Querem me fazer chorar
E meu choro é meu protesto
Criando este manifesto
Que acabei de rimar.
sábado, 14 de julho de 2012
Em 1980, com apenas quatorze anos, fui agraciado pela professora Maria Arlete, que entre muito alunos, me escolheu para declamar uma poesia matuta, durante as comemorações das festas juninas do Grupo escolar Carlos Rios, da Vila do Espirito Santo, distrito de São Bento do Una em Pernambuco. A poesia era " Eu e Vicência" cujo autor, apesar de várias pesquisas, não consegui descobrir. Foi um grande sucesso, todo mundo vinha me parabenizar, pedir para declamar de novo, escrevê-la, cantá-la... Foi meu primeiro contato com o grande público, rsrs, estava selado meu casamento com a literatura de cordel. Agora, alguns anos depois, resolvi gravar um video declamando esta poesia e aqui postá-lo para vocês. Espero que gostem. Um grande abraço!
sábado, 19 de maio de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Tradição e Cultura Nordestina - Os Bacamarteiros
Este video não tem boa qualidade, mas é o registro de uma tradição nordestina, que rompe a barreira do tempo e se mantém viva nos rincões do Nordeste brasileiro mantende a sua excencia num misto de religiosidade e folclore que são a base da cultura nordestina. Este video foi gravado numa pequena vila encravada no agreste pernambucano, A Vila do Espirito Santo distrito de São Bento do Una estado de Pernambuco.
domingo, 7 de agosto de 2011
CORDEL DO NILDO CORDEL- UM RICO E UM MENDIGO
UM RICO E UM MENDIGO X A AIDS E A FOME
Peço a Deus em oração
Clarear meu pensamento
Para eu versar uma história
De tristeza e de lamento
Que mostra que nesse mundo
Não tem primeiro ou segundo
Quando o tema é sofrimento.
Num rico bairro em São Paulo
Esta história aconteceu
Como repórter da rima
Eu narro o que ocorreu
Em poema de cordel
Um dom que bom Deus do céu
Como presente me deu.
De uma rica mansão
Um farto lixo vertia
E à custa desse lixo
Um pobre velho vivia
Pois nele o velho pegava
A comida que matava
Sua fome todo dia.
Nessa mansão residia
Um homem bem sucedido
Com uma linda mulher
E o seu filho querido
Um jovem adolescente
Que viva docemente
Pelo amor protegido.
Já o mendigo vivia
Sem rumo e sem destino
Sua cama era um banco
Sua vida um desatino
Não tenha nenhum legado
Por isso era tratado
Como um cão velho assassino.
Família ele não tinha
Também não tinha um nome
Não vivia, vegetava
Seu inimigo era a fome
Confundia-se com um bicho
Comendo restos de lixo
Miséria era o sobrenome.
Sentado naquele banco
Via tudo acontecer
Policia matar bandido
Gente de fome morrer
Tal qual um espectador
De frente ao televisor
Que nada pode fazer.
Mas como todo vivente
Ele tinha um passado
Do qual ele procurava
Nunca se fazer lembrado
Pois pensava ele assim
Que se lembrar de coisa ruim
Na certa é sofrer dobrado.
Foi quando ele viva
Nas quebradas do sertão
E uma tremenda seca
Acarretou seu torrão
Sua família matou
E como a terra secou
Também o seu coração.
Sozinho o velho mendigo
Amargava o dissabor
A lembrança o torturava
Como um grande ditador
E sonhava ter a sorte
Que muito cedo a morte
Desse cabo a sua dor.
Mas vou deixar o mendigo
Com sua recordação
Para falar do ricaço
Que morava na mansão
Por grades e guardas guardado
Como vive um condenado
Que foi mandado à prisão.
Era o homem um empresário
De grande sabedoria
Com amor e competência
A seus negócios conduzia
Mas enfrentava um dilema
Em casa um grande problema
Somente dor lhe trazia.
Para o filho dava tudo
Carinho, dinheiro, amor
Sua esposa era uma santa
Amava-o com muito ardor
Tinham a tudo o que sonhavam
Mas juntos os dois enfrentavam
Um tremendo dissabor.
É que o seu único filho
Por eles tão bem criado
Na vida pelos amigos
Foi mal influenciado
Em nome da experiência
Tornou-se por conseqüência
Mais um jovem viciado.
Os dois fizeram de tudo
Pela recuperação
Do filho, porém o mesmo
De tudo abria mão
Dizia: não sou doente
Sou só um jovem pra frente
E viva a badalação.
Como vivemos em um mundo
Onde tudo pode ser
Coberto de preconceitos
Pode então alguém dizer:
Ele é apenas mais um
Mas hoje um risco em comum
Quem tem vício vai correr.
E este risco é a AIDS
Que todo mundo conhece
Porque ela é fato
Cujo risco permanece
Apesar da medicina
Dessa doença assassina
Muita gente inda perece.
Pois bem, nosso adolescente
Contraiu o mal pior
Além disso, era usuário
De pedra, cigarro e pó
Não buscava tratamento
E com isso o sofrimento
De seus pais, causava dó.
Não adiantou esforços
Nem o dinheiro valeu
Toda luta vão em vão
O jovem rico morreu
E mesmo sem ter soberba
Da dor da terrível perda
A família padeceu.
Desesperado seu pai
Não sabia o que fazer
Perdeu da vida o sentido
Quem iria lhe valer
Implorava ao Salvador:
Meu Deus me tire essa dor
Faça-me logo morrer.
Em certa manhã no banco
Da praça ele sentou
Ao lado do mendigo
A quem chorando abraçou
E como seu confidente
Àquele triste vivente
Sua história contou.
Depois de longo silêncio
O mendigo assim falou:
Meu senhor a diferença
Entre nós dois acabou
Porque atroz destino
Num terrível desatino
Duas vidas transformou.
Certa vez em minha terra
Grande seca ocorreu
Batalhei como ninguém
Mas meu esforço não deu
O desgosto me consome
Porque seu moço, de fome
Minha família morreu.
Eu sei que pra quem é rico
Sentido não vai fazer
Onde já se viu de fome
Poder alguém falecer?
Mas o destino é ingrato
E lhe garanto é um fato
O que findo de dizer.
Mas seu moço a natureza
De bela se torna dura
E pode trazer o bem
Mesmo numa desventura
A AIDS deixa destroços
E a ciência faz esforços
Para achar sua cura.
Por isso faço um apelo
Ao grande Deus de Belém
E no final vou pedir
Que o senhor diga amém
Quem sabe que na procura
A ciência ache a cura
Que cure a fome também?
QUEM RI POR ÚLTIMO
Tu penas que és o quê,
A dona dos meus sentidos!
Esqueces que nossos beijos
Já estão desfalecidos
Que se foram com o tempo
E há muito são esquecidos?
Porque passas tão altiva
Tal qual a dona do mundo
Esqueces que o amor
É malandro e vagabundo
E como um bom retirante
Despede-se em um segundo?
Não pises com muita força
Tentando uma esmagação
Pois podes neste momento
Com tua terrível ação
Estar esmagando sim
O teu próprio coração.
O amor vive o passado
Mas ligado no futuro
Enquanto tu julgas ser
Desse amor porto seguro
Ele pode ter fugido
E pulado outro muro.
Então baixes a bola mina
Não quero aqui te frustrar
Mas quem por ti chorou ontem
Hoje pode gargalhar
Quem rir por último é quem faz
Quem riu primeiro chorar.
A dona dos meus sentidos!
Esqueces que nossos beijos
Já estão desfalecidos
Que se foram com o tempo
E há muito são esquecidos?
Porque passas tão altiva
Tal qual a dona do mundo
Esqueces que o amor
É malandro e vagabundo
E como um bom retirante
Despede-se em um segundo?
Não pises com muita força
Tentando uma esmagação
Pois podes neste momento
Com tua terrível ação
Estar esmagando sim
O teu próprio coração.
O amor vive o passado
Mas ligado no futuro
Enquanto tu julgas ser
Desse amor porto seguro
Ele pode ter fugido
E pulado outro muro.
Então baixes a bola mina
Não quero aqui te frustrar
Mas quem por ti chorou ontem
Hoje pode gargalhar
Quem rir por último é quem faz
Quem riu primeiro chorar.
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