domingo, 23 de fevereiro de 2025

Soneto 2

 Soneto 2 


Tinhas da Rosa toda beleza e perfeição 

Das flores tudo encanto angelical 

Por ser mulher eras tudo informal 

Tal qual um beijo roubado sem razão. 


Te fiz minha nos meus sonhos mais perversos 

Te quis prisioneira e sempre do meu lado 

Eras a única em todo o universo. 


Desolado te busquei apaixonadamente

Numa busca louca de um amor demente 

Feito folha seca arrastada pelo vento. 


Queria este amor perdurando eternamente 

Mas por te amar como homem simplesmente. 

Amor e ódio são um único sentimento. 


Nildo Cordel

sábado, 25 de janeiro de 2025

Grosas

Mote :

"Hoje triste só me resta me lembrar
De um amor que sem ter pensei que tinha."

 

As vontades que eu tive foram em vão 

Tais vontades ficaram nos desejos 

E lembranças que tenho de teus beijos 

Foram apenas os que destes em minha mão 

Só me lembro amargurado do teu não 

Ao perguntar se querias ser só minha 

Fostes uva cultivada numa vinha 

E eu raposa que tentava  te roubar 

Hoje triste só me resta me lembrar

De um amor que sem ter pensei que tinha.

 

Mote e Grosa: Nildo Cordel 


Mote:

Dá costela a mulher saiu perfeita 
Imagina se fosse do filé!


A costela é um termo metafórico 

Para o ato que Moisés nos relatou

É verdade que a mulher que Deus criou 

É um ato de fé e não histórico 

Para judeu, protestante, ou católico 

Acredita-se nesse fato pela fé 

Sou ancorado em Jesus de Nazaré 

Se a Bíblia diz não duvida, se aceita 

Dá costela a mulher saiu perfeita 

Imagina se fosse do filé!


Mote: Zilmar de Souza - Manaus Amazonas 

Grosa: Nildo Cordel - Santo André - SP



Um aboio de vaqueiro 

Uma viola afinada...

No fundo de uma latada 

Um bom trio forrozeiro

O som do bacamarteiro

Estrondando na campina 

Um solo de concertina

Pra dizer não me humilho

Nem o tempo tira o brilho 

Da cultura nordestina. 


Grosa Nildo Cordel 

Mote Zilmar de Souza

quinta-feira, 2 de abril de 2020

GROSAS

1
Não tenho medo que falte leite e pão
Não vou ceder a pressão dos generais
Ninguém morre por divida de cartão
Nem por redução de lucros bestiais
Antes um país falido e endividado
Mas eu poder acordar bem animado
Pra receber um abraço dos meus pais.

2
Quando o dedo que coça o nariz
é o mesmo que aponta o "errado"
Se poder corte logo esse infeliz
Para não ser noutro canto enfiado.

Mote de Marconi Araujo sobre o Coronavirus

Mote:
A lição do corana é tão gigante
Que é marcante para toda geração.

Quando saio andando por aí
Vejo o povo na rua ao deus dará
Como o pássaro enfrentado o carcará
O valente, mas inocente bem-ti-vi
ou um passista na Sapucaí
Que faz festa para a televisão
Mas em troca não recebe um tostão
Como gado ou manada de elefante
A lição do corana é tão gigante
Que é marcante para toda geração.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

PARA O FACE 04/02/2016

Eita danado! Hoje eu
Nem vi a televisão
Do dólar a cotação
Ninguém me ofereceu
Nem sei se o Moro prendeu
Outro por corrupção.


Só sei que agora estar
Já um calor desgramado
O dia está abafado
E o bicho vai pegar
Mais tarde vai desaguar
E deixar tudo alagado.

Neymar fraudou a receita
Neymar pai, o filho não
Esse é bom cidadão
Não passa não por suspeita
Que a justiça seja feita
Sem perda pra seleção.

Acharam um sitio do Lula
Que um consócio comprou
Mas Lula diz pagou
Mas não apresenta a bula
Isso só demonstra a gula
Que ao país vitimou.

Na briga por audiência 
A coisa está debandada
Já nessa noite passada
Botaram sal no angu
Na estréia do Gugu
A Dercy foi molestada.

O zika tomou o mundo
Com força de trovoada
Onde passa faz zoada
E o que é mais esquisito
Dizem que além do mosquito
Também passa na bimbada.

Por hoje é isso que tenho
Obrigado a quem olhar
E se olhar, ler e gostar
Aqui do meu desempenho
Vou pedir o seu empenho
De também compartilhar.

PARA O FACE 03/02/2016

Acordei hoje pensando
Que a coisa não tá legal
Um congresso sem moral
A presidenta vaiando
A globo noticiando
Crime na porta da escola
Um jovem pedindo esmola
Com um celular na mão
O zika na contra-mão
Ganhando status de ebola.

Sergio Moro já figura
Como dono da Nação
Prende, arma confusão
Corre, sai na captura
Sem pensar na criatura
A veja da a noticia
Cabe depois à polícia
Provar se é fato ou não
Mas se é da oposição
A historia é fictícia.

Se o dólar sobe, correndo
A globo comenta e fala
Porém a globo se cala
Quando ele está descendo
Parece que estou vendo
Na cara a felicidade
Certo prazer na maldade
De ver o país dançando
É nisso que estou pensando
Digo com sinceridade.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O SERTÃO QUE EU VIVIA.

Eu pedi a Jesus em uma rima
Que me desse influente inspiração
Pra falar das coisas do sertão
Sem mexer no futuro e nem na sina
Do menino pequeno e da menina
Que nasceram pra viver nesse torrão
Cuja escolha não foi uma opção
Mas uma imposição do Salvador
Que aqui dizem ser Nosso Senhor
O Bem Feitor de toda criação.

O sertão não é mais o meu sertão
Que amei e vivi no meu passado
Hoje é um sertão desfigurado
Sem essência, sem cara e sem razão
Sem terreiro, sem taipa, sem oitão
Sem caatinga, sem caminho sem roçado
Com um povo que vive escravizado
Na cultura no gosto e no desejo
Fico triste ao ver que o sertanejo
Hoje é um povo em si desfigurado.

As festas juninas de hoje em dia
Perderam a beleza e a essência
Não têm o glamour da inocência
Das festas juninas que eu via
Não se Vê no povo a alegria
Nem nas festas aquela efevercência
Pois só quem já viveu a experiência
Sabe o que era uma festa nordestina
Tal as festas dos pássaros na campina
Festejando o nascer da descendência.

O forró que no passado era trilha
Nos terreiros, nas salas e nas latadas
Que ecoava nos becos e nas estradas
Hoje cala, nem nos rádios estribilha
Se ainda alguém tem um rádio de pilha
As musicas de forró não são tocadas
Pelos jovens elas são subjugadas
Pois preferem o funk das favelas
As quadrilhas que de simples eram belas
Como escolas de samba são julgadas.


Caruaru, a capital do forró
De capital do forró não tem mais nada
Para vencer uma disputa criada
Pela mídia aventureira em derredor
Caruaru esqueceu seu dom maior
De apoiar sua gente preparada
Seus artistas perderam esta parada
Só os artistas de fora têm valor
Tocam samba, funk ...seja o que for
É pra o turista que a festa é preparada.

Com o candeeiro as tradições se apagaram
Veio a energia e com ela o moderno
Veio a guerra entre o céu e o inferno
Que as TVs evangélicas propagaram
As novelas da Globo exterminaram
A tradição do terço ao pai eterno
Padim Ciço hoje é pastor e usa terno
É Valdomiro, Edi Macedo ou Malafaia
A moto hoje é jumento sem a baia
Meu sertão só existe no caderno.

O sertão que eu cresci era bonito
Tinha classe mesmo sendo pitoresco
Para o calor uma sombra refresco
Meus sonhos navegavam no infinito
Quando um vaqueiro na solta dava um grito
Ou um boi ruminava o capim fresco
O meu mundo era um mundo nababesco
No meu nada tinha tudo pra buscar
Tinha um mundo de sonhos pra sonhar
E por estas coisas eu tinha apreço.

Dói de mais para mim um sertanejo
Que viveu no sertão que eu vivia
Cheio de sonhos, festas, alegria
E hoje vê o sertão que hoje vejo
Mas como sou um sonhador ainda almejo
Ver o sertão como outrora existia
De vaquejada pra vaqueiro e cantoria,
No alpendre da fazenda e café quente
Se eu pudesse meu deus pra minha gente
O sertão do meu passado eu devolvia.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

# HASHTAG

Nesse mundo poluído
Cheio de devastação
Aflora a poluição
No mundo desenvolvido
Ninguém ta comprometido
E nem pensa no futuro
Faz da rua seu monturo
E do rio seu esgoto
Só tem político escroto
E justiça em cima do muro.

Tem pessoas aos bilhões
Mas está faltando gente
Gente de alma e pé quente
Que aquece os corações
De perdidas multidões
Em passeios virtuais
Que cumprem seus rituais
Diante de uma TV
Vivendo não sei pra quê
Como simples animais.

Sem direito e sem ação
Virtualmente confinados
Sendo às vezes comandados
Por um teclado, ou botão
Pobre e triste multidão
Se saqueia, quebra e grita
Não foge à regra dita
Só cumpre um ritual
E numa rede social
Falsa liberdade exercita.

Liberdade de xingar
Proferir um palavrão
Curtir #Político ladrão...
Mas ao desconectar
Não vai pra rua lutar
Pois sua parte está feita
E dar-se por satisfeita
Seu dia está terminado
E dorme seu sono sagrado
No colo hostil da direita.

domingo, 12 de abril de 2015

Ao mestre com carinho

O professorado da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo, trava hoje batalha salarial com a secretaria de educação. O Governador G.A. faz vistas grossas para as reivindicações e conta com o cansaço e com sua aliada Rede Globo para minar o movimento. Por isso, estou postando este cordel para alertar que o problema da educação no país está longe de ser resolvido, e que quando um governo tenta marginalizar um movimento justo de uma categoria como essa, só prova que a prática está longe do discurso político de campanha dos nossos governantes.

Mamãe eu sinto saudades
De quem me ensinou a Lê
Segurou em minha mão
Mostrando como escrever
Ensinou-me a contar
E também o ABC.

Que como um filho me viu
Que teve calma comigo
Que me deu muito carinho
E por vezes até castigo
Pois sei que era mamãe
Meu mestre e meu bom amigo.

Acompanhou-me na vida
Deu-me luz, educação
Foi professor, foi amigo
Às vezes mãe ou paizão
Dando-me notas, conselhos,
Segurando em minha mão.

Forjando no eu menino
Um homem para o futuro
Sendo doce como um anjo
Porém firme e às vezes duro
Para que na vida eu fosse
Um cidadão bem seguro. 

Mamãe eu sinto saudades
Até um misto de dor
Pois na verdade não dei
O verdadeiro valor
Que a gente deve dar
Para quem é um professor.

Mamãe é preciso dar
Mais carinho e atenção
O professor é o adubo
Principal da plantação
Aonde a gente semeia
O futuro da nação.

Por isso mamãe eu peço
Desculpas, arrependido
Por ter sido negligente
Também por ter denegrido
A imagem e o trabalho
De um profissional tão querido.

Então mamãe, eu me apresento
Eu sou um sujeito vil
Não zelo pelas pessoas
Também não conheço brio
Sou um país continente
Mamãe, eu sou o Brasil.

Viva a Educação!!!